domingo, 26 de fevereiro de 2012

DESABAFO

Aprendi contigo: a dor narcísica de sentir como um objeto aniquilado por um ego autocentrado e incapaz de empatizar com o sentimento do outro... sujeito! Aliás, existe outro? Apenas mais um objeto de uso, consumo prazeroso e descarte. Assim alguns se relacionam, sozinhos, ou com seu próprio ego: EGO-ISMO!
Eu sofro hoje. Mas quem sofrerá para sempre? aquele que unicamente vive do próprio gozo... sem reflexão.. este nunca evolui e vive de frustração.
Construindo Maravilhas
(16/11/2010)

A vida cotidiana é carregada de verdades pesadas e “universais”. Essas nos são impostas e vivemos tentando seguir as regras e normas que dizem ser o “certo”. Assim, somos criticados quando discordamos, punidos quando erramos ou mesmo cobrados quando confundimos ou esquecemos. Pior é que nessas horas, nós mesmo nos punimos e somos tomados por um mar de sentimentos negativos como culpa e raiva. Aprendemos então que para evitá-los devemos buscar rigorosamente fazer somente coisas sérias e certas, isso vira obrigação!

Já na educação infantil essas verdades estão em pauta. Não se pode errar, não se tem tempo para sonhar, são tantos compromissos que brincar é mais uma tarefa do cronograma do filho: entre escola, esporte, inglês, informática e outros. Não nos disponibilizamos para escutar suas estórias e fantasias, sempre há algo importante e sério a se fazer.

Estes dias vi o filme “Alice no país das maravilhas” de Tim Burton, que me fez pensar sobre essa realidade. Chamou-me especial atenção a reação tranqüila do pai de Alice diante da angústia de sua filha que se via como louca por ter pesadelos que se passavam em um mundo estranho repleto de fantasias fabulosas. O pai parecia nada ver de errado na imaginação fértil de sua filha. Ele a ouvia e a acalmava dizendo: “Você é completamente pirada, mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas que conheço são assim”.

Parece que os pais hoje já não pensam assim. Ou será que não há tempo para pensar sobre isso? Cada vez menos vemos crianças brincando de faz de conta, elas estão jogando vídeo game ou passivas diante de desenhos animados. Cada vez menos vamos aos parques levar nossos filhos para desfrutar de lindas estórias imaginadas por eles ao correrem entre árvores. Mais que isso, muitas vezes reprimimos as fantásticas brincadeiras que eles nos solicitam a participar, não temos tempo para bobagens. É mais fácil entretê-los com atividades prontas que os deixam quietinhos e seguros, mas que nada incentivam a criatividade e a fantasia.

Enfim, ficamos submetidos aos padrões e às obrigações. Não nos permitimos ousar e muitas vezes nem conseguimos mais fantasiar ou mesmo liberar a imaginação em um tempo livre na tarde de domingo... estamos presos no real, enrijecidos pelo certo, pela regra e temendo o erro.

Então entendo o pai de Alice: “as coisas interessantes são frutos da imaginação de pessoas que sonharam, que se possibilitaram sair da rigidez do dia-a-dia e mergulharam no seu mundo da fantasia”. Sonhar é possibilidade de criação, de inovação, de construção e de desconstrução; Sem sonhos não há esperança, não há persistência, não há evolução, não há identidade. Ficamos estagnados, muitas vezes nos sentindo esvaziados em um mundo triste e monótono.

Já a sonhadora Alice, como mostra o filme, quando adulta, apresenta os frutos da possibilidade de exercer sua criatividade e fantasia infantil, revela-se uma grande líder, a frente de seu tempo. Ou melhor, ativa na construção de um novo tempo. Sábio pai de Alice! É preciso sonhar para ser melhor, para viver de forma autêntica! Temos que nos permitir e possibilitar a nossos filhos que sonhem, brinquem e assim possam construir um mundo de mais maravilhas criativas! Apenas assim farão a diferença!
Amor é muito mais que paixão, é comprometimento e intimidade!

Amor... palavra simples e complexa! Tão fácil dizer "Eu te amo"! Tão difícil acordar todos os dias com o seu grande amor e seguir acreditando nisso. Não é fácil amar todos os dias, não é fácil amar quando se tem diariamente o contato com aquilo que não gostamos em nosso parceiro. Por isso amor é um compromisso racional acima de tudo... porque eu acordo todos os dias e decido racionalmente te amar... mais do que sentir é querer amar e se comprometer com os desafios dessa decisão.

Amor não é o coração batendo, o frio na barriga e a ansiedade pelo reencontro... penso que essa é uma distorção perceptiva sobre o sentimento amor! Talvez isso seria paixão... que se baseia em experiências sensoriais e nos leva sentimentos exacerbados, intranquilos e que nos tiram a consciência.

O amor é calmo, é racional, é decisão consciente. É conciliar sonhos e tempo: mesmo que meus sonhos individuais demorem mais para se realizar, eu prefiro dividir meu tempo com meu amor e irmos realizando juntos... vibrando com os teus sonhos e te tornando cúmplice dos meus. Escolher viver com alguém é mais do que paixão, tesão ou idealização... é aceitar amar a realidade, a rotina, a escolha feita e os resultados desse investimento. É sofrer junto, é mostrar seus limites e ao mesmo tempo aceitar os limites do outro.

As brigas e desentendimento levam aquele que ama a tentar compreender o ser amado, são momentos de aproximação e intimidade. é querer compreender e acreditar que será compreendido porque o comprometimento do outro me faz crer que estamos juntos acima de tudo.

Portanto, o amor vinga quando o casal busca um balanço entre três ingredientes: comprometimento| decisão, intimidade|vínculo e paixão, já dizia a Teoria Triangular do Amor (Starenbger, 1989)

Penso que sem comprometimento ou intimidade, em dois anos a paixão acaba... com comprometimento e intimidade, pode-se alimentar racionalmente a paixão e transformar tudo isso em um estável amor com resultados recompensadores!

   

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Meu mundo acabou em 2012! Mas Deus me deu a chance de viver em um outro mundo, completamente novo! Eu aceito a proposta: aceito viver na alegria e na tristeza, na saúde e na doença!!!




Vivo um momento muito interessante da minha vida... prefiro pensar com interessante... mas confesso que às vezes o tenho como um momento difícil! Difícil se separar de um grande amor? Difícil abrir mão de tanto investimento afetivo e mais... em tão pouco tempo.

Passei alguns meses percebendo a vida de forma terrível. Tinha raiva por isso estar acontecendo comigo, por que eu? Eu que tanto amei, que tanto me doei, que tanto me arrisquei por esse amor. Eu que te queria tanto, pensava comigo mesma.

Mas não tinha mais o que fazer... todo mundo tem seu limite e eu havia chegado no meu. Era minha saúde mental ou o relacionamento. Demorei para conseguir tomar essa decisão, precisava de um tempo para acreditar! Minhas percepções me mostravam o caminho, minhas crenças demoraram a me permitir segui-lo. Depois de muito negar o inegável, consegui aceitar o meu limite.

Não foi nada fácil, mas eu nunca cresci tanto tão rápido! Sim, tive que abrir mão dos meus traços de controle obsessivo e cair no desconhecido. Me redesenhar.

Por meses me percebia flutuando... como se não tivesse chão sob meus pés!

No início, narcisicamente ferida, pensava que o mundo tinha acabado em 2011 e me fechei em lágrimas e tristeza... fui lá em baixo. Até que olhei para os lados e me dei conta das pessoas em minha volta... Fiquei com raiva porque o mundo não acabou para todos e eu tinha inveja e raiva de todos os casais apaixonados que protagonizavam cenas românticas pela rua...

Então percebi que eu estava ali também, viva, aonde? não sei. Em um lugar completamente desconhecido, mas tinha vida. E lembrei dos pensamentos de meus pais, que em muitos lugares novos viveram "sempre há algo bom em tudo que é novo, depende de você encontrá-lo" . Bem, se estava viva, tinha que procurar o que havia de bom! E meu corpo começou a pedir respeito, já tinha perdido mais de 5kg. Minha mente começou a pedir equilíbrio... não dava mais para me enterrar viva!

E foi nesse momento que me abasteci de vivências alheias, comecei a ouvir mais do que tudo e percebi que não era o fim do mundo, mas o fim de um mundo idealizado por meus pensamentos! Então esse era um outro lugar para se viver? sim! um espaço de vida! De nova vida! Uma chance de recomeçar e redesenhar e redescobrir e se autodescobrir neste novo contexto!O que fazer? É hora de aceitar! Aceitei o que veio para mim...

Interessante? eu costumo dizer: "Não era o que eu queria estar fazendo" , afinal, seria uma hipocrisia dizer que já me adaptei a tantas mudanças. Mas confesso que tenho vivido tudo isso, conhecido pessoas e histórias completamente inéditas e me permitido experienciações variadas sem preconceitos, às vezes até me sentindo uma atriz com uma dança de personagens... no mínimo isso tudo tem sido interessante... mas mais do que tudo reestruturante!

Meu mundo acabou em 2012, mas Deus me deu a chance de viver em um mundo completamente novo... e eu vou encontrar tudo de bom que há nisso!

Eu aceito a proposta: perder o controle para me reequilibrar! Aceito que isso ocorra muitas e muitas vezes na minha vida... porque acima de tudo eu quero é viver... na alegria e na tristeza, na saúde e na doença!!!
Arriscando um Blog

Fazer um Blog... de repente me passou isso na cabeça! Por que? uma necessidade intensa de dialogar. O facebook já não era o espaço de expressão que estava precisando! Quero falar sobre minhas percepções e pensamentos sem invadir a página de outros, quem quiser falar disso, abro aqui o diálogo! Também quero poder discutir temáticas intrigantes da mulher moderna de seus 15 aos 90 anos!
Com oito anos de vivência em psicoterapia, conversei com muitas mulheres, adolescentes, adultas, idosas... ouvi e continuo ouvindo uma diversidade de percepções sobre a vida... escuto falas simples que são um grande recurso e falas complexas e atordoadas de angústia dotadas de um enquadre perceptual muito negativo e confuso!
Assim, resolvi compartilhar aqui falas que reuno de diversos momentos da minha vida, com amigas, amores, consultório, família, viagens etc... mensagens que me levam a dar sentido à  vida pelo seu melhor ângulo! Apenas para não cometer um plágio cito uma referência, que muito me acompanha e me inspirará nos escritos desse blog, de autores da Terapia Cognitiva Pós-racionalista | Abreu e Roso (2003) : 

“Forma de atribuição de sentido não reside no estímulo em si ou apenas na capacidade de pensamento ao enxergá-lo, mas na percepção corpórea e tácita produzida pelo seu aparecimento”